segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sem desfecho e sem ponto final

   Embora raramente alugue filmes ou vá ou cinema, eu adoro assistir a eles. Talvez por isso eu tenha, nas ultimas folhas dos meus cadernos, gigantes listas dos filmes a que quero assistir.
  Nesse fim de semana meus pais resolveram alugar alguns filmes, um por pessoa. Rapidamente consultei minha lista e de lá escolhi o filme Educação. Não vou mentir dizendo que lembro sobre o que fala o filme, mas lembro que assisiti ao trailer e gostei, então deve ser bom. Para que não tivesse problema se um deles já tiver sido alugado por outra pessoa, escolhi também O solista (que também não lembro mais do que fala).
  Chegando lá fui imediatamente falar com o rapaz que trabalhava na locadora e lhe pedi o filme Educação. Ele nem deixou eu terminar de dizer que queria muito assistir aquele filme, me falou que  não tinha. Eu até pensei em perguntar se ele tinha certeza, mas lembrei que tinha um plano B, e parti para ele. Perguntei se ele tinha O solista, dessa vez ele precisou consultar o computador. Digitou rapidamente o nome do filme e me disse sorrindo: “Ah! Esse eu tenho sim!”, mas ele também não me deu tempo de ficar feliz, já estava alugado. Eu até tinha pensando em um segundo plano, mas terceiro me pareceu demais.
  Eu não sei dizer o que eu senti e nem a razão, porque afinal de contas, eram só filmes. Mas o problema é que não eram só filmes! Foi o que eu decidi fazer da minha noite de sábado. Mas não seria possível. Acho que minha decepção foi visível, pois o rapaz que estava me atendendo correu em uma das prateleiras e retirou bruscamente um outro filme.
- Mas eu tenho este aqui: Coração Louco! É muito bom! Fala de um cara que...
  Ele tentou me falar do filme, pode até parecer birra, mas eu não queria escutar. Mesmo sabendo que Coração Louco está na lista de filmes que quero ver.
  Peguei o filme sobre o qual me falava com tanta euforia  e fui colocá-lo onde estava antes de ter sido arrancado com tanta brutalidade. Fechei os olhos, abri e escolhi o filme que tinha a capa mais bonita. Tirei da prateleira o Ensinando a viver. Li a sinopse, falava de Dennis, um garoto que acreditava vir de Marte e David, o homem que o adotaria.
  Comecei a assistir ao filme e achei fascinante! Simplesmente linda a convivência de David e Dennis. A paciência e o amor de um e as estranhas convicções de outro. Já estava apaixonada pelos dois personagens. No filme, David estava dando uma entrevista sobre seu livro que deu origem a um filme. Fala sobre alienígenas e coisas assim. Dennis saiu escondido daquela sala e entrou no set de filmagem. Era em Marte aonde ele pisava!
  E inesperadamente a imagem travou. Eu me assustei, será que... Não! Não deve ser. Tirei o DVD e o coloquei novamente. Também travou. Reiniciei o computador, travou. Mudei de computador três vezes (pois me lembrei do incidente com o DVD do Antonio Villeroy, tinha achado que estava arranhado e na verdade o aparelho que não estava funcionando corretamente. Troquei o DVD em vão). Tentei no DVD da sala... Nada deu certo. O DVD realmente estava arranhado.
  Desesperei-me. Não conseguiria dormir se não soubesse o fim daquela história. Pensei que assim deveria se sentir Marcos, o motorista daquele conto da Elisa Lucinda, Amor pelos desfechos. Senti na pele a angústia do taxista. A sina de só poder saber das histórias pela metade. Decidi naquele momento que não seria motorista de taxi nem que essa fosse a única profissão que me restasse.
  Até agora não sei como termina o filme ( se alguém estiver lendo isso é souber como termina, por favor, me conte e contribua assim para a minha felicidade. Serei grata). Então, na verdade pra mim o filme não teve fim (ainda), e como forma de protesto, terminarei este texto da mesma forma que Ensinando a viver acabou para mim, assim mesmo, sem desfecho e sem ponto final

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Com o tempo você aprende

   Hoje eu me peguei reclamando do tempo. Mas imediatamente me arrependi. Que bobagem é essa de falar mal de quem tanto te fez bem? Não, isso não é nada gentil. Espero que ele não tenha escutado, afinal, não é bom magoar um velho amigo.
   Nós saímos por ai falando bobagens do nosso companheiro só por não ter nada pra falar. Só por estar em uma sala de espera alguém que não gostamos, já culpamos o tempo por estar passando devagar. Mas não paramos para pensar que ele só esteja querendo ver ali uma reconciliação, um pedido de desculpas e um sorriso de perdão. O tempo não guarda rancor e está tentando nos ensinar o mesmo.
   Ele de fato é o melhor de todos os professores, pois ele não dá as respostas prontas, mas tem a paciência de esperar que nos encontremos todas elas. Uma de cada vez. Algumas vezes as coisas não saem muito bem e nós aprendemos da pior forma como o nosso cabelo não fica bonito assim tão curto, que não é bom entregar nosso coração para a primeira pessoa bonita que te sorrir, que não se deve tentar  segurar uma bola de beisebol sem a luva e nem estudar para provas importantes só na véspera.
   Mas não adianta tentar falar que é melhor cortar um pouco mais longo, estudar um pouquinho todos os dias, ir devagar com o coração e que a bola de beisebol pode ser pequena, mas é bastante pesada e dói pra caramba (Mas nessa ultima eu tenho que ser mais explícita: DOI MESMO, ACREDITE! ). Isso só o tempo irá nos mostrar.
   Alguns protestarão contra a didática do nosso amigo, dirão que ele deixa corações partidos, notas baixas e muitos hematomas. E eu lhes direi que na verdade essas são só consequências de nossos atos. E lembrarei que é ele quem vai fazer o nosso cabelo crescer, ele que vai dar a oportunidade para que recuperemos as notas e com que nós nos recomponhamos ( tanto da bolada como do coração partido).
   Você pode não aprender com conselhos, livros ou professores, mas com o tempo você aprenderá. Sorrindo ou chorando... tanto faz.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre minhas marés...

     
      Fazer passeios de barco me fascina. Não é uma coisa que eu faça com frequência , mas sempre que vou, sonho em não precisar voltar a pisar na areia seca. Há quem diga que em outra vida fui de família de pescadores ou algo do tipo. Eu discordo, acho somente que eu e o mar somos irmãos. Somos iguais.
      Nos dois somos um tanto quanto incompreendidos pela intensidade do nosso amor. Mas eu posso nos defender, é algo tão grande que é maior que a razão. Nos sabemos que quando alguém quer ir embora e precisa nos deixar, nos realmente devemos deixá-la ir sem tentar trazê-la de volta com nossas marés puxadas demais. É que sempre queremos mais um abraço. E outro. E outro. E... por que não ficar?
      Nossos carinhos as vezes machucam, as vezes afogam... Mas é que temos tanto para dar que não sabemos dosar até onde nossas carícias serão agradáveis.
      Nossa inconstância assusta, eu sei. Mas não seríamos interessantes se fossemos sempre a mesma coisa. Se for para se incomodar com a turbulência e com a temperatura fria de nossas marés, melhor seria uma banheira aquecida. Afinal, ela é bem mais previsível.
      Que graça tem uma banheira se são as ondas que nos fazem melhor? São elas que não te deixam relaxar quando não se pode relaxar. E te lembram que a vida não é um mar de rosas, é de água mesmo, que acaricia e alerta que as coisas não são assim tão fáceis. Eu, o mar e nosso inocente egoísmo não sabemos amar. Mas amamos mesmo assim

domingo, 10 de outubro de 2010

Aquecimento global ou carência solar?

      Muitas pessoas dizem coisas sem pensar, escutam alguém falando e repetem como se fossem especialistas. Boatos e mitos vão passando de boca a boca até que todos já tenham escutado. O que não é uma coisa muito boa.
     Já faz algum tempo que vejo freqüentemente em jornais e programas de TV, várias pessoas falando sobre aquecimento global. Elas dizem que o planeta está esquentando devido a não-preservação do meio ambiente. Mas na verdade não é nada disso.
     As pessoas estão usando cada vez mais ventiladores e condicionadores de ar. É raro achar um carro ou uma casa que não tenha (pelo menos) um desses itens. Estamos nos afastando do sol, isolando-o todos os dias. E ninguém gosta de ser isolado.
     Então com o sol não é diferente, a reação dele é simplesmente tentar se aproximar novamente. Mas ele se decepciona com os comentários freqüentes como: “Esse sol está terrível!”. Então ele tenta fazer seus raios mais fortes, para tentar tocar e esquentar um pouco os muitos corações frios por aqui.
     Ele só quer um pouco mais de atenção. Um pouco mais de carinho. O que vocês chamam de aquecimento global eu chamo de carência solar. Mas eu vou fazer minha parte: Vou à praia, passar o dia inteiro sentindo o intenso abraço solar. Sabe como é né? Tudo pelo planeta...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coleta seletiva de amores

     
      Nas ruas e nas escolas nós temos a coleta seletiva de lixo: varias latas coloridas e com identificação para que todos saibam o que colocar dentro de cada uma delas. Façamos então uma coleta seletiva de amores, separando-os não pela atenção e presente recebidos e sim pelo aprendizado e pela bagagem deixada.
      Provavelmente você vai me perguntar: “Para que uma coleta seletiva de amores?”. Ora, para que serve uma coleta seletiva de lixo? Para facilitar a reciclagem. Para que os objetos que perderam sua vida útil não fiquem amontoados e jogados em um lugar qualquer. Para que deixem de significar sujeira e passem a ser sinal de recomeço.
      Uma coleta seletiva de amor servirá para que nossas antigas paixões deixem de nos causar dor para que possamos aprender com os erros e tentar corrigi-los.
      Então não se entregue a tristeza do fim de uma paixão e faça no seu coração uma coleta seletiva de amores. Pois cada pessoa tem algo para acrescentar  em nossa vida. E porque amor, quando é amor, nunca é em vão.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Saudade da infância?

     
      Quando pequenos, tínhamos uma facilidade maior para chorar. Quando tinhamos fome, chorávamos. Quando sentíamos frio, chorávamos. Quando perdíamos um brinquedo, chorávamos. E no meio no nosso pranto de insatisfação, os nossos pais, já desesperados, nos prometiam mil coisas. Uma boneca, um sorvete ou chocolate.
      Só que quando o choro das crianças acaba e o desespero dos pais passa, essas promessas são esquecidas tanto pelos pais quanto pelos filhos. Muitas pessoas dizem sentir saudade dos tempos de criança, eu me sinto novamente um bebê nesse período de votação.
      Mas dessa vez o meu pranto realmente são reclamações. Reclamações pela falta de segurança, pela falta de uma boa educação publica e , principalmente, pela falta de honestidade de alguns de nosso políticos.
      As promessas? Bom, a boneca nova está dando seu lugar para novos hospitais e aumento do salário mínimo, o sorvete e o chocolate agora são investimentos na juventude, para que os jovens não se percam nas drogas.
      Então, se você sentir saudade da sua infância, curta bastante esse período de eleições. E se não der para matar a vontade de voltar a ser criança, não se preocupe, em 2012 tem tudo isso acontecendo novamente.