sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dois mil e onze


 Hoje tomei meu último banho de mar do ano, foi uma linda despedida: a água gelada do mar batendo nas minhas pernas e aos poucos me puxando... me abraçando. O mar estava meio bravo. Meio agressivo sabe? Mas eu sei como é isso, por trás daquelas ondas quebrando forte, ele mostrava um carinho inesgotável com todos os banhistas. Para meus cabelos sempre tão secos, foi como se depois desse carinho recebido ele também tivesse amolecido e se rendido. Nunca vi meus fios tão não-rebeldes! Eles boiavam lindamente na água clarinha. 
 Uma moça que estava comigo e com o grupo levou flores, oferendas a Iemanjá. Jogou-as uma por uma. Eram flores lindas! E o mar, sempre tão bondoso, segurava todas elas forte e não as deixava ficar na areia. Tenho certeza que elas serão entregues ao devido destinatário.
 Hoje eu tomei meu ultimo sorvete de uva do ano. E na verdade também foi o primeiro, sempre prefiro sorvetes de fruta mas não sei, nunca fui muito com a cara da uva. Hoje decidi dá-la uma chance, pois no dia anterior tive uma experiência não muito legal com um tal sorvete de coco com pedacinhos de coco. E ela falhou. Não gosto de uva mesmo.
 Hoje foi a ultima vez em 2010 que eu deixei os meus dedos se afundarem na areia branca e quando voltarem, trouxesse sempre um punhadinho de areia. Abrindo os dedos aos poucos, deixando que a areia fugisse desesperadamente. Foi a ultima fez que eu sorri para os grãozinhos fiéis que sempre ficam na palma da mão aberta, mesmo quando todos já se foram.
Hoje é um dia especial, por que é o ultimo dia do ano. Então  qualquer coisa que fizermos hoje será a ultima vez no ano que a fazemos. 2010 já acabou. E acabou muito rápido, se querem saber! Então, como tentativa de que o próximo ano seja mais paciente e passe mais devagar,  agora o escreverei por extenso:  Que venha dois mil e onze!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Esqueça os calmantes.


  Hoje acordei de madrugada, atordoada por um sonho ruim e não consegui mais grudar os olhos. Caminhei ainda sonolenta para frente da televisão, passei um tempo olhando para a TV sem prestar muita atenção - afinal, não tem nada de bom passando as três horas da manhã -  depois de algumas horas o primeiro raio de luz veio me chamar. Dei alguns passos até a varanda para dar bom dia ao sol. Eu amo o sol. Gosto de fechar os olhos e sentir seu abraço.
  Até tentei fazer isso, mas além do fato do sol estar ocupado acordando toda a cidade, estava frio demais e com os olhos fechados, fui surpreendida com  gotas de chuva beijando minhas bochechas. Foi uma surpresa boa como quando em plena quarta-feira minha mãe fala que iremos comer sushi juntas. A chuva fria batendo no meu rosto quente foi como um abraço de dois amigos que não se viam há muito tempo, e era isso mesmo. Desde que eu me mudei para  Fortaleza, foram poucas as vezes que eu tomei um banho de chuva. E essas poucas vezes sempre acabavam na piscina do meu apartamento.
  Lembrei dos banhos de chuva que tomava há uns anos atrás, no sítio de Maranguape. Bastava cair uma única gota de água e lá estava eu, pronta para me molhar. Depois de um tempo a chuva engrossava e minha felicidade aumentava proporcionalmente, e ai então já podiam me ver de calcinha correndo, pulando e rolando em poças de lama. De vez em quando escutava umas vozes gritando para que eu saísse da lama porque eu iria acabar pegando alguma doença de pele... nunca peguei. Acho que a terra molhada ficava feliz com a minha felicidade e me livrava de qualquer doença que pudesse se aproximar.
  Mas a euforia que me habitava há alguns anos atrás não era a mesma. E hoje eu me contentei em ficar de pijama na varanda do apartamento tomando um silencioso e comportado banho de chuva.
  Aquela meia dúzia de pingos de chuva foi o bastante para lavar na minha cabeça de algumas dúzias de frustrações, decepções e preocupações de alguém que sonha demais. Mas esse é o poder da chuva mesmo, nos deixar mais leves. Então recomendo substituir os calmantes e coisas do tipo por doses homeopáticas de banhos de chuva. A vida assim é mais feliz. E quem não quer ser um pouco mais feliz?

domingo, 28 de novembro de 2010

Semáforos da vida


  No meu caminho de casa para a escola, poucas coisas me fazem parar de olhar para um ponto fixo no vidro da frente do carro (Pois é, eu não sou muito simpática... principalmente pela manhã). Não sei por que eu faço isso, mas sempre me perco em meus pensamentos e custo a me encontrar.
  Não gostos de andar com as janelas abertas pelo fato de que o vento é invejoso, ele quer tudo para si, leva tudo para si. Ele vem assim como não quer nada mas quando eu estou no auge da distração, ele leva todos os meus sonhos e certezas para lugares que eu não sei como chegar ou para o próximo carro de vidros abertos.
  Mas um dia desses desisti de deixá-los fechados, por algum motivo o qual eu não me recordo. Ao parar no sinal vermelho, já estava esquecida de olhar para o tradicional ponto fixo (o vento me fez esquecer), olhei para o lado para admirar a enorme fila para entrar no ônibus. Mas na faixa de pedestres um rosto conhecido me chamou a atenção.
  Nossos olhares se cruzaram, eu sorri. Ela também. Ela havia estudado comigo na quinta serie, éramos melhores amigas. Eu, ela e mais algumas meninas formávamos um grupinho inseparável, que infelizmente a distancia foi capaz de separar. O colégio em que estudávamos fechou e todas nós tivemos que sair de lá, e cada uma foi para uma escola diferente.
  Enquanto um filminho de todos os momentos legais que passamos juntas passava pela minha cabeça, ela continuava lá, parada. Nem parecia mais tão preocupada em atravessar a rua, e eu já não me importava se ia ou não chegar atrasada.
  Fiquei tão surpresa e tão feliz que me senti incapaz de falar algo para ela. Eu poderia (e deveria) ter gritado seu nome, oferecido uma carona, para que pudéssemos pelo menos nos abraçar novamente. Mas não fiz isso. Eu simplesmente sorria, e ela me sorria de volta com o mesmo tom de surpresa e alegria. Eu já estava abrindo a boca para tentar lhe falar algo, mas o sinal vermelho ficou verde e tivemos que nos separar novamente. Espero encontrá-la de novo em algum desses tantos semáforos, e se isso acontecer, não pensarei duas vezes antes de abrir a porta do carro e lhe oferecer um abraço.

domingo, 21 de novembro de 2010

A deliciosa dor de amar

A internet nos trouxe alguns malefícios como a diminuição do contato pessoal, cara a cara, o aumento do contato virtual e a exposição de jovens a sites cujos conteúdos nem sempre são adequados. Mas também nos proporciona várias coisas boas, como por exemplo, poder compartilhar os seus pensamentos e desejos com pessoas do mundo inteiro e rapidamente saber o que os outros acham.
  Eu não sou muito de assistir TV, mas soube pelo twitter que a escritora Martha Medeiros iria participar de um programa de entrevistas na TV Brasil. E eu como mais nova fã de Martha, não poderia deixar de assistir. Mesmo faltando algum tempo para o início do programa, já deixei a TV ligada no canal certo, estava passando um show de samba com vários cantores. Estava também no computador, então não prestei muita atenção no show, mas uma frase me chamou atenção: “Amor só é bom se doer”. Adorei! Rapidamente postei esse trecho da música na minha página no Facebook e dentro de cinco minutos vi alguns comentários...
- Discordo, o amor tem que ser sadio. Sem dor nem sofrimento.
-Que masoquista Carol!
  Mas espere ai, amor sem dor? O amor dói porque é grande demais para uma pessoa só. E nesse aspecto o amor é possessivo, ele não quer ficar em um só coração, quer todos. Ele é tão imenso, tão intenso que quer sair de dentro do peito e jorrar para todos os lados.
  O amor me dói a cabeça só de pensar que um dia isso pode acabar. Ele me dói a sola doa pés, porque nessa incansável loucura de querer encontrar aquele alguém que faz com que as pernas não parem de tremer, até esquecemos de por um tênis confortável. Me cansa os olhos de tanto tentar acompanhar tudo que aquela pessoa faz. Me dói os dedos da mão, de tanto torcê-los , pedindo a todos os santos para que façam com que quando eu entrar no corredor, aquele alguém também esteja lá. O amor me dói principalmente o peito, que quase já não agüenta mais as batucadas do meu coração toda vez que escuta uma certa voz.
  Então eu acho que sou sim masoquista, mas se o amor não te machuca por nenhuma dessas razões, se teus pés, dedos, peito e olhos estão perfeitamente bem, perfeitamente sadios, na minha humilde opinião você não está amando. Não se o que Vinicius (o samba cantado pelo rapaz cujo nome eu ainda não descobri é de Vinicius de Moraes) quis dizer com essa frase, mas é o que penso sobre a deliciosa dor de amar.
Mas “pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não me peça para lembrar de datas


Posso memorizar facilmente a música favorita de alguém ou uma detestada, uma palavra que não gostam de ouvir ou uma comida que tenha o poder de mudar o seu humor, mas lembrar de datas não está entre as minhas habilidades.
Dependo de lembretes no celular e de papeis colados das paredes do meu quarto para saber quais são as datas importantes. Quando esses métodos falham, eu passo vergonha e tenho que rapidamente arranjar uma desculpa. Estou virando mestra na arte de inventar doenças.
Falo para algumas pessoas que sei que isso é um defeito, mas eu não acho que seja. Afinal de contas, ninguém conta os minutos que passa ouvindo música ou comendo brigadeiro com pipoca. Então para que contar os dias de uma amizade? Ficar contando (e fazer com que o outro também se lembre) as semanas de namoro é aguardar ansiosamente pelo fim da relação.
O amor e a amizade são coisas tão lindas e tão agradáveis que me forçam a jogar relógio e calendário pela janela. E isso não é amar menos, é amar mais! Pois eu só quero que o tempo pare de passar e que o mundo pare de girar porque eu estou sendo feliz e só quero aproveitar.
Então não me peça para lembrar de datas, o tempo passando me lembra o fim, e o fim me apavora.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sem desfecho e sem ponto final

   Embora raramente alugue filmes ou vá ou cinema, eu adoro assistir a eles. Talvez por isso eu tenha, nas ultimas folhas dos meus cadernos, gigantes listas dos filmes a que quero assistir.
  Nesse fim de semana meus pais resolveram alugar alguns filmes, um por pessoa. Rapidamente consultei minha lista e de lá escolhi o filme Educação. Não vou mentir dizendo que lembro sobre o que fala o filme, mas lembro que assisiti ao trailer e gostei, então deve ser bom. Para que não tivesse problema se um deles já tiver sido alugado por outra pessoa, escolhi também O solista (que também não lembro mais do que fala).
  Chegando lá fui imediatamente falar com o rapaz que trabalhava na locadora e lhe pedi o filme Educação. Ele nem deixou eu terminar de dizer que queria muito assistir aquele filme, me falou que  não tinha. Eu até pensei em perguntar se ele tinha certeza, mas lembrei que tinha um plano B, e parti para ele. Perguntei se ele tinha O solista, dessa vez ele precisou consultar o computador. Digitou rapidamente o nome do filme e me disse sorrindo: “Ah! Esse eu tenho sim!”, mas ele também não me deu tempo de ficar feliz, já estava alugado. Eu até tinha pensando em um segundo plano, mas terceiro me pareceu demais.
  Eu não sei dizer o que eu senti e nem a razão, porque afinal de contas, eram só filmes. Mas o problema é que não eram só filmes! Foi o que eu decidi fazer da minha noite de sábado. Mas não seria possível. Acho que minha decepção foi visível, pois o rapaz que estava me atendendo correu em uma das prateleiras e retirou bruscamente um outro filme.
- Mas eu tenho este aqui: Coração Louco! É muito bom! Fala de um cara que...
  Ele tentou me falar do filme, pode até parecer birra, mas eu não queria escutar. Mesmo sabendo que Coração Louco está na lista de filmes que quero ver.
  Peguei o filme sobre o qual me falava com tanta euforia  e fui colocá-lo onde estava antes de ter sido arrancado com tanta brutalidade. Fechei os olhos, abri e escolhi o filme que tinha a capa mais bonita. Tirei da prateleira o Ensinando a viver. Li a sinopse, falava de Dennis, um garoto que acreditava vir de Marte e David, o homem que o adotaria.
  Comecei a assistir ao filme e achei fascinante! Simplesmente linda a convivência de David e Dennis. A paciência e o amor de um e as estranhas convicções de outro. Já estava apaixonada pelos dois personagens. No filme, David estava dando uma entrevista sobre seu livro que deu origem a um filme. Fala sobre alienígenas e coisas assim. Dennis saiu escondido daquela sala e entrou no set de filmagem. Era em Marte aonde ele pisava!
  E inesperadamente a imagem travou. Eu me assustei, será que... Não! Não deve ser. Tirei o DVD e o coloquei novamente. Também travou. Reiniciei o computador, travou. Mudei de computador três vezes (pois me lembrei do incidente com o DVD do Antonio Villeroy, tinha achado que estava arranhado e na verdade o aparelho que não estava funcionando corretamente. Troquei o DVD em vão). Tentei no DVD da sala... Nada deu certo. O DVD realmente estava arranhado.
  Desesperei-me. Não conseguiria dormir se não soubesse o fim daquela história. Pensei que assim deveria se sentir Marcos, o motorista daquele conto da Elisa Lucinda, Amor pelos desfechos. Senti na pele a angústia do taxista. A sina de só poder saber das histórias pela metade. Decidi naquele momento que não seria motorista de taxi nem que essa fosse a única profissão que me restasse.
  Até agora não sei como termina o filme ( se alguém estiver lendo isso é souber como termina, por favor, me conte e contribua assim para a minha felicidade. Serei grata). Então, na verdade pra mim o filme não teve fim (ainda), e como forma de protesto, terminarei este texto da mesma forma que Ensinando a viver acabou para mim, assim mesmo, sem desfecho e sem ponto final

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Com o tempo você aprende

   Hoje eu me peguei reclamando do tempo. Mas imediatamente me arrependi. Que bobagem é essa de falar mal de quem tanto te fez bem? Não, isso não é nada gentil. Espero que ele não tenha escutado, afinal, não é bom magoar um velho amigo.
   Nós saímos por ai falando bobagens do nosso companheiro só por não ter nada pra falar. Só por estar em uma sala de espera alguém que não gostamos, já culpamos o tempo por estar passando devagar. Mas não paramos para pensar que ele só esteja querendo ver ali uma reconciliação, um pedido de desculpas e um sorriso de perdão. O tempo não guarda rancor e está tentando nos ensinar o mesmo.
   Ele de fato é o melhor de todos os professores, pois ele não dá as respostas prontas, mas tem a paciência de esperar que nos encontremos todas elas. Uma de cada vez. Algumas vezes as coisas não saem muito bem e nós aprendemos da pior forma como o nosso cabelo não fica bonito assim tão curto, que não é bom entregar nosso coração para a primeira pessoa bonita que te sorrir, que não se deve tentar  segurar uma bola de beisebol sem a luva e nem estudar para provas importantes só na véspera.
   Mas não adianta tentar falar que é melhor cortar um pouco mais longo, estudar um pouquinho todos os dias, ir devagar com o coração e que a bola de beisebol pode ser pequena, mas é bastante pesada e dói pra caramba (Mas nessa ultima eu tenho que ser mais explícita: DOI MESMO, ACREDITE! ). Isso só o tempo irá nos mostrar.
   Alguns protestarão contra a didática do nosso amigo, dirão que ele deixa corações partidos, notas baixas e muitos hematomas. E eu lhes direi que na verdade essas são só consequências de nossos atos. E lembrarei que é ele quem vai fazer o nosso cabelo crescer, ele que vai dar a oportunidade para que recuperemos as notas e com que nós nos recomponhamos ( tanto da bolada como do coração partido).
   Você pode não aprender com conselhos, livros ou professores, mas com o tempo você aprenderá. Sorrindo ou chorando... tanto faz.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre minhas marés...

     
      Fazer passeios de barco me fascina. Não é uma coisa que eu faça com frequência , mas sempre que vou, sonho em não precisar voltar a pisar na areia seca. Há quem diga que em outra vida fui de família de pescadores ou algo do tipo. Eu discordo, acho somente que eu e o mar somos irmãos. Somos iguais.
      Nos dois somos um tanto quanto incompreendidos pela intensidade do nosso amor. Mas eu posso nos defender, é algo tão grande que é maior que a razão. Nos sabemos que quando alguém quer ir embora e precisa nos deixar, nos realmente devemos deixá-la ir sem tentar trazê-la de volta com nossas marés puxadas demais. É que sempre queremos mais um abraço. E outro. E outro. E... por que não ficar?
      Nossos carinhos as vezes machucam, as vezes afogam... Mas é que temos tanto para dar que não sabemos dosar até onde nossas carícias serão agradáveis.
      Nossa inconstância assusta, eu sei. Mas não seríamos interessantes se fossemos sempre a mesma coisa. Se for para se incomodar com a turbulência e com a temperatura fria de nossas marés, melhor seria uma banheira aquecida. Afinal, ela é bem mais previsível.
      Que graça tem uma banheira se são as ondas que nos fazem melhor? São elas que não te deixam relaxar quando não se pode relaxar. E te lembram que a vida não é um mar de rosas, é de água mesmo, que acaricia e alerta que as coisas não são assim tão fáceis. Eu, o mar e nosso inocente egoísmo não sabemos amar. Mas amamos mesmo assim

domingo, 10 de outubro de 2010

Aquecimento global ou carência solar?

      Muitas pessoas dizem coisas sem pensar, escutam alguém falando e repetem como se fossem especialistas. Boatos e mitos vão passando de boca a boca até que todos já tenham escutado. O que não é uma coisa muito boa.
     Já faz algum tempo que vejo freqüentemente em jornais e programas de TV, várias pessoas falando sobre aquecimento global. Elas dizem que o planeta está esquentando devido a não-preservação do meio ambiente. Mas na verdade não é nada disso.
     As pessoas estão usando cada vez mais ventiladores e condicionadores de ar. É raro achar um carro ou uma casa que não tenha (pelo menos) um desses itens. Estamos nos afastando do sol, isolando-o todos os dias. E ninguém gosta de ser isolado.
     Então com o sol não é diferente, a reação dele é simplesmente tentar se aproximar novamente. Mas ele se decepciona com os comentários freqüentes como: “Esse sol está terrível!”. Então ele tenta fazer seus raios mais fortes, para tentar tocar e esquentar um pouco os muitos corações frios por aqui.
     Ele só quer um pouco mais de atenção. Um pouco mais de carinho. O que vocês chamam de aquecimento global eu chamo de carência solar. Mas eu vou fazer minha parte: Vou à praia, passar o dia inteiro sentindo o intenso abraço solar. Sabe como é né? Tudo pelo planeta...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coleta seletiva de amores

     
      Nas ruas e nas escolas nós temos a coleta seletiva de lixo: varias latas coloridas e com identificação para que todos saibam o que colocar dentro de cada uma delas. Façamos então uma coleta seletiva de amores, separando-os não pela atenção e presente recebidos e sim pelo aprendizado e pela bagagem deixada.
      Provavelmente você vai me perguntar: “Para que uma coleta seletiva de amores?”. Ora, para que serve uma coleta seletiva de lixo? Para facilitar a reciclagem. Para que os objetos que perderam sua vida útil não fiquem amontoados e jogados em um lugar qualquer. Para que deixem de significar sujeira e passem a ser sinal de recomeço.
      Uma coleta seletiva de amor servirá para que nossas antigas paixões deixem de nos causar dor para que possamos aprender com os erros e tentar corrigi-los.
      Então não se entregue a tristeza do fim de uma paixão e faça no seu coração uma coleta seletiva de amores. Pois cada pessoa tem algo para acrescentar  em nossa vida. E porque amor, quando é amor, nunca é em vão.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Saudade da infância?

     
      Quando pequenos, tínhamos uma facilidade maior para chorar. Quando tinhamos fome, chorávamos. Quando sentíamos frio, chorávamos. Quando perdíamos um brinquedo, chorávamos. E no meio no nosso pranto de insatisfação, os nossos pais, já desesperados, nos prometiam mil coisas. Uma boneca, um sorvete ou chocolate.
      Só que quando o choro das crianças acaba e o desespero dos pais passa, essas promessas são esquecidas tanto pelos pais quanto pelos filhos. Muitas pessoas dizem sentir saudade dos tempos de criança, eu me sinto novamente um bebê nesse período de votação.
      Mas dessa vez o meu pranto realmente são reclamações. Reclamações pela falta de segurança, pela falta de uma boa educação publica e , principalmente, pela falta de honestidade de alguns de nosso políticos.
      As promessas? Bom, a boneca nova está dando seu lugar para novos hospitais e aumento do salário mínimo, o sorvete e o chocolate agora são investimentos na juventude, para que os jovens não se percam nas drogas.
      Então, se você sentir saudade da sua infância, curta bastante esse período de eleições. E se não der para matar a vontade de voltar a ser criança, não se preocupe, em 2012 tem tudo isso acontecendo novamente.